segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

PORTUGAL, OS PORTUGUESES E O EURO 2004

Costumo afirmar que, se todos gostassem de futebol como eu, o dito desporto teria a mesma expressão do badmington… De facto não sou grande apreciador da modalidade. De resto prefiro praticar desporto a assistir e, sobretudo, a discutir em torno do mesmo.

Sem embargo não sou dos que alinham com o coro de protestos contra o evento.

Não podemos tapar o sol com a peneira! O futebol é um incontornável fenómeno de massas em Portugal, à semelhança, de resto, com aquilo que se passa na generalidade dos países europeus.

Veja-se aquilo que se passou a propósito do óbito de Miklos Feher para termos uma ideia precisa da importância sociológica do futebol.

Não será, por isso, difícil de aceitar o papel catalisador que ele tem na nossa sociedade. De certa forma muita da sua conflitualidade é transferida e diluída pelo futebol.

E isso é, queiramos ou não, um fenómeno extremamente positivo.

Fui crítico em relação aos primórdios do Euro 2004: sempre entendi que os dinheiros públicos, por constituírem recursos escassos e preciosos, deveriam de serem adstritos a outras prioridades, sobretudo, no capítulo social, uma vez que ainda há muito por fazer em Portugal e acreditem que, em virtude das minhas funções públicas, sei bem do que falo.

Mas isso são águas passadas.

Houve uma candidatura nacional apresentada à UEFA, essa candidatura foi aceite e transformou-se num compromisso de Portugal perante a qual, o actual Governo, ao iniciar funções teria duas opções:

• ou a rejeitava, pondo em causa a imagem de Portugal e dos portugueses, o seu prestígio, a sua dignidade e a sua capacidade de empreender ou, pelo contrário,

• assumia as suas responsabilidades, desenvolvia o dossier e levava o “barco a bom porto”.

Optou-se, natural e decisivamente, pela segunda hipótese. E nem poderia ser de outro modo!

A questão tem então de ser vista por outro prisma: o Euro é sobretudo um negócio e temos de todos colaborar no sentido de que o mesmo seja um negócio lucrativo para Portugal e para os portugueses.

Será então no final da "vindima", após os “cestos lavados”, que poderemos verificar como nos correu esta aposta.

E não me refiro aos resultados desportivos embora deseje a melhor classificação possível para a nossa selecção, esse será apenas, o lado "agradável" da questão.

Falo do aspecto "útil" e de coisas tão comezinhas como as contas de "deve" e "haver", ou seja, o integral retorno do investimento efectuado e o lucro desejável da operação.

Não tenho qualquer dúvida que, entre as receitas obtidas, promoção da imagem de Portugal, crescimento económico induzido e aumento sustentado de turistas em Portugal o Euro 2004 será um indesmentível sucesso e que todos nós teremos motivos para nos orgulharmos.

O Euro 2004 fará de Portugal um país um pouco mais enriquecido e os portugueses, todos nós, ganharemos com isso!

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