É incrível a barragem de fogo mediático em tempo de pré campanha numa espécie de aliança tácita entre a oposição parlamentar e alguma comunicação social.
Tomemos dois exemplos: o DEO e a questão da "saída limpa".
Num e noutro caso estamos perante mistificações que distorcem dados positivos em narrativas negativistas procurando canalizar descontentamento contra o Governo e os partidos que o suportam.
Se o DEO permitirá desagravar (e de que maneira) os rendimentos dos aposentados e pensionistas que tinham sido afetados pela CES (veja-se aqui) então o que importa é repetir a mensagem do "aumento de impostos" (que existe mais é residual) ou de que "Cavaco recupera 2220 euros de pensão" .
Já a "saída limpa" não se deve ao facto indesmentível de o país ter feito um esforço coletivo para ser disciplinado e cumpridor e as taxas de juro estarem agora ao nível de 2006 mas antes de que tal saída nos é imposta pelos nossos parceiros europeus.
O que se diria se tivéssemos sido relapsos e estivéssemos a discutir não uma saída limpa mas antes um segundo resgate com recurso a uma nova linha de financiamento e a um novo MoU porque o mercado de obrigações continuava a não acreditar em nós?
Esperemos que os eleitores estejam conscientes que chegámos aqui porque fomos proficientes e todos foram chamados a uma austeridade dura e difícil mas que se voltarmos ao habitual, num prazo de três anos temos os "homens de negro" de volta a Lisboa.