domingo, 29 de setembro de 2019

Seamos realistas, pidamos lo imposible (??)



Esta famosa frase de Ernesto Guevara pode perfeitamente enquadrar os protestos ambientais que tiveram lugar um pouco por todo o lado. Foi a "Greve Mundial pelo Clima".

Esta foi, de resto, a frase mais escutada no Maio de 68 em Paris. Sempre que, agarrada a uma causa justa, há um movimento social, mais ou menos inorgânico, o princípio subjacente a esta frase parece mover as demonstrações e as pessoas.

O ativismo e a dinâmica social são positivos, todavia, a irracionalidade amiúde toma lugar e o "impossível" prevalece sobre o "realista". Em matéria ambiental, tal como, de resto, em muitas outras matérias, o reformismo é sempre preferível à revolução. Se, de modo irrealista, afetarmos a Economia então teremos problemas sociais graves que se sabe como começam mas nunca se sabe como acabam. A disrupção social conduz a becos sem saída e a civilização pode colapsar ou, pelo menos, titubear com graves consequências que, paradoxalmente,  são também elas ambientais e bem mais graves que as que atravessamos.

A prudência demonstra que os problemas devem ser atacados de modo gradualista com metas temporais e moratórias claras e bem definidas, que permitam combater as práticas ambientalmente prejudiciais. Não há outras formas de lidar com este assunto, por muito "sexy" e politicamente corretas que possam parecer as proclamações. Muito menos os voluntarismos bacocos e inqualificáveis como o do recente anúncio de banir a carne de vaca da ementa da cantina da Academia coimbrã conseguem os objetivos a que se propõem. Ao invés geram uma reação contrária e são de um ridículo confrangedor.

A frase deveria ser antes: "sejamos realistas e avançemos inexoravelmente através do possível", ainda que "Che" pudesse discordar. 

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