quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

2007 - Ano Novo, Vida Velha



(Publicado no "Notícias de Almada" e "Setúbal na Rede" de 11 de Janeiro de 2007)


Um novo ano representa sempre um manancial de esperança, 2007 não é excepção. É como se, às doze badaladas do relógio, tudo recomeçasse. É esse o encanto da passagem de ano: a esperança num mundo melhor que se renova, ano após ano.

Sem embargo à esperança deve sempre contrapor-se o realismo para que, à euforia, não se siga a desilusão. Costuma dizer-se que um pessimista é um optimista bem informado mas está é, também, uma visão que não partilhamos, entendendo que, como em tudo na vida, a moderação é a mãe de todas as virtudes.

Assim com que factos, os portugueses em geral e os almadenses em particular, serão confrontados no ano que ora começa?

2007 será o ano em que o MST, finalmente, começará a dar um “ar da sua graça” num troço reduzido e meramente simbólico entre Corroios e a Cova da Piedade já que o traçado completo das duas linhas terá de aguardar, pelo menos, mais um ano. Este só deverá começar a funcionar, na sua totalidade, em 2008, com atraso superior a dois anos relativamente ao prazo previsto de Dezembro de 2005. Este atraso representará uma pesada factura a suportar pelo erário público e pelo ambiente. Reiteramos a sua responsabilidade ao município de Almada e ao Governo que, por acção e omissão, impediram o avanço das obras no eixo central da cidade de Almada.

Será o ano da aplicação da nova Lei das Finanças Locais que, na visão do PSD, representa um recuo relativamente à dinâmica de descentralização que o trabalho autárquico tem representado em Portugal, na vigência do actual quadro constitucional, e que terá consequências graves na saúde financeira da maior parte dos municípios reforçando a dinâmica de desertificação do interior que seria urgente contrariar.

Será igualmente o ano em que o Governo terá de apresentar resultados económicos visíveis já que a euforia pseudo-reformista em que parece apostado tem resultado mais em afrontamento de grupos profissionais do que em benefícios para o país.

Aquilo que realmente interessa aos portugueses: aumento da competitividade nacional, redução do desemprego, crescimento económico e aumento do poder de compra, continua adiado para as calendas gregas sendo que não se vislumbra ainda a tão glosada luz ao fundo do túnel.

Aquilo a que se assiste é ao desemprego de quase meio milhão de portugueses, a um crescimento económico irrisório que faz com que o país continue a divergir da média da UE e a ser ultrapassado pelos novos países da integração europeia (Malta, Chipre, Eslovénia a República Checa tem já PIB’s per capita superiores ao nacional) e ao regresso do recurso à emigração que terá afectado cerca de 90.000 portugueses que em 2006 buscaram no exterior saídas profissionais que lhe foram negadas intra-muros devido à crise económica e à crescente falta de competitividade de Portugal agravada, em 2007, por mais um aumento generalizado de impostos.

Será também o ano da presidência portuguesa da UE, no segundo semestre do ano. Apesar de ser, a todos os títulos, desejável que ela possa ser um sucesso, não deverá todavia, servir para camuflar o mau desempenho interno do Executivo e os graves problemas domésticos daí decorrentes.

Apesar deste retrato conjuntural que não perspectiva um ano muito agradável, em meu nome pessoal e em nome do PSD Almada desejo os votos de um bom ano para todos os almadenses.

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