terça-feira, 28 de março de 2006

A IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA E O METRO SUL DO TEJO


Political irresponsability delayes the start of the MST

Parecerá estranho ou obsessivo, numa primeira análise, que retornemos neste espaço à questão do Metro Sul do Tejo (MST). Mas, por força das circunstâncias impõe-se retomar o tema.

Em tempos acusámos aqui o executivo municipal de eleitoralismo ao impedir as obras do MST de avançarem e de este estar já neste momento em funcionamento conforme previsto.

Temos de reconhecer que estávamos errados! De facto as autárquicas passaram mas o Metro continua penosamente a marcar passo. Se neste capítulo falhámos, no essencial continuamos a ter razão, ou seja, quando afirmámos que o MST se tem transformado numa arma de propaganda da CDU através de uma vistosa e dispendiosa campanha publicitária (paga com o dinheiro de todos) e de como uma solução de transporte moderna, evoluída e ambientalmente vantajosa, se está a transformar num pesadelo adiado para os Almadenses.

Apesar das evoluções recentes o certo é que o essencial do projecto só se consubstanciará com a travessia do eixo central de Almada. Só aí a linha será rentável e acima de tudo útil, já que permitirá a conexão aos transportes fluviais. É que, convirá recordar, o projecto deveria de estar todo concluído e em funcionamento em 11 de Dezembro de 2005.

Neste momento as obras continuam paradas e o MST marca passo. Esta atitude da Câmara é lesiva do interesse público uma vez que a concessionária ameaça pedir uma indemnização avultada ao Estado. Ou seja a paragem cada vez mais prolongada das obras, acarretará inevitavelmente prejuízos para os contribuintes e que se repercutirão também no aumento das tarifas a cobrar aos utentes contribuindo, desse modo, para diminuir o efeito dissuasor deste meio de transporte colectivo relativamente ao transporte individual.

Quem, como nós, conheceu as dificuldades extremas de conseguir o vultuoso financiamento do Estado para esta obra e se congratulou quando esta, após tanta vicissitude, conheceu finalmente a luz do dia, não pode deixar de se sentir revoltado com esta atitude que compromete todo o investimento pois irá fazer com que os custos aumentem exponencialmente em virtude da paragem da obra.

De igual modo, do ponto de vista ambiental, os prejuízos não são despiciendos senão vejamos: o traçado pelo eixo central da cidade de Almada, se bem que polémico, baseou-se também em critérios de natureza ambiental, ou seja, pela necessidade de diminuir o trânsito automóvel, devido aos efeitos nocivos que o actual elevado tráfego acarreta através da ocupação de espaço e pelo ruído e fumo produzidos. Assim em cada dia que passa aumenta o prejuízo ambiental para a cidade. É esta a factura com que Almada contribui para o incumprimento nacional do Protocolo de Quioto. É triste mas é a realidade!

Mas o que faz o nosso Governo que é, a um tempo, o dono da obra e que, supostamente, deveria de velar pelo interesse público, pelo dinheiro dos contribuintes e pela preservação ambiental? Nada, isto é, actua por omissão à semelhança de Pôncio Pilatos. Dos responsáveis políticos não se escuta uma palavra ou uma qualquer iniciativa para desbloquear o assunto e evitar danos ainda maiores.

Perante tanta irresponsabilidade política os almadenses são os únicos prejudicados já que além de terem de aguentar as dificuldades inerentes e inevitáveis das obras, continuam pacientemente a suportar esta espera escandalosa, sofrendo, quotidianamente os danos ambientais de um tão elevado número de viaturas em circulação e de um serviço de transportes públicos ineficaz e obsoleto que diminuem a sua qualidade de vida.

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