quarta-feira, 29 de março de 2006

AINDA E DE NOVO O METROPOLITANO SUL DO TEJO



Há coincidências felizes.

Na mesma edição do “Notícias de Almada” em que foi publicado o nosso artigo de opinião noticia-se que o Tribunal de Contas já avalia, em cerca de 50 milhões de euros, o montante do sobrecusto que o Estado português terá de suportar pela interrupção das obras a que vimos aludindo.

Se, à data da publicação deste artigo, utilizarmos um daqueles cartazes ao estilo “Expo 98”, que se repetiam pela cidade de Lisboa, teremos então o seguinte cenário: “Já passaram 115 dias , 9 horas e 20 minutos” desde que o MST devia de estar em funcionamento!”... mas não está, acrescentamos nós.

Nem estará nos próximos tempos e, obviamente, o sobrecusto apurado agora pelo tribunal de contas aumentará inevitavelmente e o mesmo cartaz poderia também referenciar este aumento ao mostrar o seguinte: “Já vai em 50 milhões de euros o valor que o sr. Contribuinte terá de pagar em virtude deste atraso!”.

Mas as coincidências não ficam por aqui. No preciso dia em que se escrevem estas linhas a Sra. Secretária de Estado dos Transportes, Eng.ª Ana Paula Vitorino referiu em audição da Comissão Parlamentar de Obras Públicas, em resposta a uma pergunta de um deputado, que as obras do MST teriam recomeçado ontem e, pasme-se, “que alguém teria de pagar o sobrecusto” algo que nos parece óbvio uma vez que há um contrato firmado e há um incumprimento óbvio por parte do dono da obra, leia-se o Estado português.

Ou seja, a gestão do dinheiro dos contribuintes continua a servir para jogos políticos e a ser malbaratado num período de forte contenção orçamental e em que se exigem enormes sacrifícios a todos, mormente aos trabalhadores deste país. É que, seja o dinheiro do Orçamento de Estado, seja o do orçamento camarário, todo ele é bem comum e deveria de merecer, por parte dos responsáveis políticos, um tratamento mais responsável.

Se há um contrato entre as partes que, de boa fé, o assinaram então porque motivo é que se levantam agora novas questões como o interface da Margueira ou os parques de estacionamento que não são mais do que o introduzir de areia numa engrenagem que, até à interrupção inopinada dos trabalhos do Metropolitano, rodava sem problemas e sem atrasos significativos que levariam a supor que o ano de 2006 começaria com um meio de transporte que beneficiaria todos os almadenses.

Inclusivamente a questão controversa da localização do triângulo da Ramalha ficou resolvida a contento de todos e sem agravar os custos, ou seja, não há nenhum motivo válido para a interrupção dos trabalhos.

O nosso apelo é a que o bom senso, qualidade a um tempo rara mas imprescindível, possa prevalecer por forma a que os custos não se agravem ainda mais e que as obras possam ser concluídas num prazo curto e o seu resultado, ou seja, um meio de transporte rápido, regular e ambientalmente válido possa, finalmente, conhecer a luz do dia.

Sem comentários:

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